sábado, 11 de julho de 2009

Reminiscências.

Estar morto era entre os meu problemas o menor. Antes não existisse nada além desta vida, mas infelizmente descobri tarde demais. Quanto as circunstâncias da minha morte, não lhe interessam, mas o que aconteceu depois, isto sim, deve-se relatar.

Não sei por quanto tempo fiquei envolto pelas trevas. Talvez apenas o tempo de passagem que levou-me aquele caminho assustador. Talvez por meus atos em vida, não via a tal luz, e o tempo do outro lado revelou-se carregado e tenso. Seria o inferno?

Um anjo, de penugem negras disse-me que não. Mas o parecia. Fosse pelo calor, ou fosse pelos habitantes infectos e de aparência horrível que moravam do outro lado. Tudo remetia-me ao diabo, mas ele não apareceu para cumprimentar-me.

Já a minha própria vida, regressou após a morte, e cada maldito erro ressurgiu das cinzas para vingar-se dum homem, que em vida escolheu vias tortuosas.

Desde os monstros de minha infância, quando torturava gafanhotos e pequenos pássaros, aos mais temidos inimigos, cuja ordem de morte partiram de minha boca, naquele mundo ressucitavam para torturar-me. Lhes garanto que gafanhotos gigantes, e carrascos sabem muito bem como ser incovenientes num mundo, onde apenas uma pessoa sentia dor: eu.

De todas as formas meu corpo,ou minha alma, sei lá, foi fatiada, feita em pedaços, esmigalhada... De forma que jamais alguém em vida poderá saber que tal dor descomunal possa ser possível.

Enquanto pagava por cada crime naquele traçado tortuoso e longo, apenas uma atitude martelava meus pensamentos, para quem sabe relembrá-los noutra encarnação: Jamais cometeria suicídio novamente.

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