terça-feira, 26 de maio de 2009

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Caros amigos, desde 2006, no Jornal Diário Pantanense, e atualmente no jornal Destak escrevo a coluna "contando histórias", com fábulas que servem como pequenos drop's de auto-ajuda, trazendo lições que nos servem ao nosso dia-a-dia. Enquanto não sai um livro com elas, deixo a disposição uma coletanea em e-book, com 40 páginas, contendo as colunas publicadas nesse período.

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segunda-feira, 25 de maio de 2009

Fantasia

[Isto foi um teste, comentem, please.]

CAPÍTULO I
Max e Arthur saem de férias


Max e Arthur preparavam-se para maior de suas aventuras e mesmo sem saberem o que enfrentariam em suas férias, tinham certeza que não seriam como as outras, viveriam as férias mais emocionantes e incríveis de suas vidas.
Max, de Maximiliano dos Santos Silva era um menino alto, magro de cabelos longos e ruivos, de olhos curiosos, era apaixonado por novidades, este um dos motivos para tanto gostar do sítio de seu avô, pois no campo, nada se repete, cada dia é diferente do outro. A única coisa que não imaginava, é que desta vez fosse ser tão diferente. Preparava sua mochila jogando dentro dela todas suas “quinquilharias” sobrando pouco espaço para as coisas de necessidades, como roupas, por exemplo.
Enquanto isso Arthur, um pouco mais baixo que Max, mais gordinho e de rosto redondo era o seu grande amigo, e já estava com suas malas preparadas para a grande viagem.
Max tinha doze anos, era filho de Seu Josival, funcionário público que trabalhava na prefeitura. Sua mãe era Dona Ana, dona de casa, e uma mãe atenciosa para com Seu filho. Já Arthur era órfão, e foi criado por Seus tios, Seu Mário Lima, e Dona Mariana.
As férias daquele de verão seriam junto com o avô de Max, Seu Guido. Ele morava em um sítio que ficava há quatrocentos quilômetros da Capital. O sítio era um dos lugares preferidos de Max, e sempre quando possível ia visitar Seu avô. Muito mais que o simples fato de estar de férias, Max gostava da liberdade que aquele lugar lhe propiciava, e principalmente que seu avô o dispensava. No entanto seriam férias diferentes, passariam todo o verão com Seu Guido.
Os meninos eram amigos há muitos anos, os dois moravam no mesmo quarteirão havia oito anos, quando Arthur foi morar com seus tios em virtude do falecimento de seus pais em um acidente de automóvel. Foram para a escola no mesmo ano, de todos os trabalhos em grupo estavam juntos. Eram “unha e carne” como se diz. Faziam as mesmas artes, as mesmas brincadeiras, e levavam as mesmas broncas. Entretanto Arthur ainda não conhecia o avô de Max, por várias vezes e motivos não pode acompanhar seu amigo ao sítio, porém neste ano seria diferente, ele aguardava ansioso pela viagem.
Entraram radiantes no carro de Seu Josival – que os levaria até a rodoviária –, estavam tão animados, que não pararam um minuto de tagarelar seus planos para as férias: Nadar, pescar, jogar futebol, empinar pipa, enfim se divertir com a liberdade que o sítio de Seu Guido lhes proporcionaria. Em contrapartida Dona Ana, e Dona Joana em seus rostos expressavam certa preocupação, característico das mães, que estão sempre a preocupar-se com seus filhos. Dona Joana, mesmo não sendo mãe de Arthur, sentia-se como se fosse, pois lhe criara desde os quatro anos, a afeiçoou-se a ele como se fosse Seu próprio filho. Já Seu Josival dirigia seu, Monza oitenta e nove apreciando as ruas da Capital, e ouvindo Seu “CD” de música brega que tanto gostava de ouvir. Baixinho, os garotos sussurravam sorrisos das letras das músicas veneradas pelo pai de Max.
Nas malas iam tudo que precisariam para suas férias. A velha bola de couro para as “peladas” de futebol, barbantes e cordas para confeccionarem suas pipas, bastantes roupas, e muitos, muitos brinquedos. Havia também os rádios de fone de ouvido que serviriam para amenizar o tempo de viagem. Além disto, levavam alguns gibis e um videogame, estes para as emergências dos dias de chuva.
Antes de embarcarem despediram-se de seus pais. Dona Mariana recomendou-lhes para se comportarem, já Dona Ana disse para Max mandar um beijo e um abraço para seus pais, e disse para ele cuidar bem de Seu Guido, e da Dona Chica. Seu Josival apenas acompanhava suas despedidas.
E as onze e quinze, o ônibus partiu da rodoviária, e pela janela os garotos acenavam para o trio que assistia a sua partida. Saindo da Capital, os dois admiravam a paisagem que viam pela janela do ônibus. Os arranha-céus distanciando-se no horizonte, a ponte, as águas do rio, os barcos, enfim tudo lhes parecia belo. Porém não ficaram por muito tempo admirando a paisagem, e logo voltaram a planejar suas aventuras de férias. Não viam a hora de chegarem e encontrar Seu Guido, e Dona Chica.

Seis horas depois, e ainda não aparentavam cansaço da viagem. A paisagem havia mudado bruscamente, pela janela do ônibus viam-se apenas campos, cultivados com arroz, e com soja, alguns possuíam gado, há um bom tempo que não passavam por uma cidade. Raramente topavam com um vilarejo.
Arthur ainda não conhecia o sítio do Seu Guido, e estava ansioso para chegar ao Seu destino. Pela janela ia acompanhando a paisagem que passava rapidamente, vez por outra procurava ler as placas da estrada para ver se ainda faltava muito tempo para chegarem. Max apenas escutava Seu “walkman”.
-Ainda falta muito para chegarmos? Perguntou Arthur.
-O quê? Não ouvi! Retrucou Max com os fones no ouvido.
-Tire esta porcaria das orelhas! Bradou Arthur.
-Que coisa! Será que eu não vou poder escutar uma música! O quê você quer Arthur?
-Ainda falta muito para nós chegarmos?
-Não. Acho que não!
-Me diz uma coisa Max, como que o seu avô é?
-Você não se lembra dele?
-Não!
-Mas ele esteve no aniversário da mamãe há dois anos atrás.
-Ah é. Mas aquele dia eu estava viajando, lembra-se?
-Não. Mas já que tu queres saber, o vovô é bem legal. Ele deixa a gente brincar de tudo que é coisa, e às vezes ele também brinca.
-E a sua vó?
-A vovó é super legal, eu adoro os bolinhos fritos que ela faz quando chove. Eu ficava a tarde inteira comendo os bolinhos, e vendo os pingos d’água no laguinho em frente da casa.
-Olha Max, eu não sei como tu és seco como um palito, tu só pensas em comer, cara!
-É que os bolinhos da vovó são mesmo uma delícia, você vai provar eles, hummm!!
-Seu comilão!
Os dois interromperam o papo, pois o ônibus havia acabado de entrar na cidade, estavam chegando. Na rodoviária, a espera dos meninos, um senhor, velho e com as rugas do tempo marcando sua experiência de vida, de um metro e sessenta de altura, devia pesar uns oitenta quilos, cabelos grisalhos e compridos, e uma espessa barba no mesmo tom de seus cabelos. Era Seu Guido, que foi ao encontro dos meninos quando os viu desembarcando do ônibus.
-Meu netinho! Vem aqui dar um abraço no teu velho avô. Seu Guido saiu em direção a Max, abraçando-o fortemente demonstrando a saudade que estava de Seu neto. Max retribui o carinho do velho com um abraço forte e aconchegante.
-Este deve ser Seu amiguinho Arthur. Disse o velho, estendendo a mão para cumprimentar o menino.
Eles pegaram suas malas e ajudaram Seu Guido a colocá-las em sua velha camionete, uma chevrolet 69, que apesar de velha dava para o gasto. Pronto o carregamento, entraram todos no veículo e partiram rumo ao sítio, a camionete ia fumegando mais que ‘véia piteira’.
Arthur acostumado com a cidade grande estava deslumbrado com o que via. Aquela cidadezinha era diferente, nas casas não havia grades, crianças podiam brincar livremente pelas calçadas sem preocupação alguma. Não existiam grandes prédios, porém as moradias eram muito bonitas, quase todas com dois andares. Todos na rua demonstravam felicidade e harmonia em seus rostos, diferentemente da Capital, onde todos se estressam, se xingam, brigam, as casas vivem cercadas por muros e grades. Ali era diferente, parecia tudo com mais liberdade.
- Aonde é a sua casa Seu Guido? Pergunto-lhe Arthur.
- Fica perto daquele cerro, meu filho.
- Mas parece tão longe!
- Mas de carro nós vamos ligeiro.
- É que o Arthur está louco para chegar vô. Disse Max.
- E eu também, meu neto. A tua vó está nos esperando com cuca, e com aqueles bolinhos que tu adora.
- Oba! Eu tô morrendo de fome!
O trio seguiu a caminho do sítio conversando sobre os bolinhos da Dona Chica. Max estava contente por estar junto ao seu avô, e ansioso para chegar. Arthur estava deslumbrado com as belezas do interior, e ia registrando tudo em seu caminho, os pássaros, as árvores carregadas de frutas, os animais soltos pelos campos, nada lhe passava despercebido ao seu olhar atento e curioso.
Não demorou muito, e eles chegaram ao Sítio Magia. O nome condizia com a beleza do lugar. Ele estava encravado aos pés de uma pequena montanha conhecida como “Cerro dos Cunha”. Havia muito verde naquele lugar. Na entrada do Sítio um pórtico de madeira rústica sustentava a placa com o nome do Sítio Magia. A casa ficava há uns trezentos metros da porteira. Era uma casa bonita e grande, toda feita de tijolo à vista, com janelas grandes, forjadas em madeira nobre. Também possuía uma área grande, e entre dois pilares de sustentação a rede em que Seu Guido gostava de descansar. Há sua direita tinha um pequeno lago, onde alguns patos e gansos nadavam. Nos fundos estava o pomar de laranjeiras e de bergamoteiras, que por sinal estavam carregadas de frutas, e dos sabiás fazendo o seu lanche da tarde. Tinha vaca, ovelha, galinha, e até um pavão o Seu Guido criava. Ele fazia ainda mais belo aquele lugar.
Quem os recebeu primeiro foi Tim-tim. Era o cachorro do avô de Max, um pastor ovelheiro preto e branco. Ele veio abanando o rabo em sinal de alegria em receber os visitantes. Logo se abriu a porta e surgiu Dona Chica, ela tinha sessenta e quatro anos, com os cabelos brancos como a neve, e uma feição angelical ela veio correndo para abraçar os meninos, que foram ao seu encontro.


























CAPÍTULO II

O Livro de Bhem

Havia se passado uma semana de pura diversão e alegria. 0s meninos aproveitaram para explorar as matas que tinham no sítio, caçavam passarinho de bodoque, nadavam no lago, enfim seus dias estavam repletos de atividades.
No entanto naquele Sábado o dia começou diferente, o clima refrescou, e aos poucos iam surgindo nuvens por trás do cerro. E logo os primeiros pingos de chuva começaram a cair. Grossos e intensos, como de costume eram nas chuvas de verão, e fizeram com que os garotos refizessem seus planos para o fim de semana. Aproveitaram para dormir mais um pouco, era o tranqüilo sono de quem queria aproveitar o máximo de suas férias. Enquanto isto, na cozinha Dona Chica preparava o café com seus deliciosos bolinhos de chuva.
O sítio realmente era um lugar fantástico, permitia toda liberdade a Max e Arthur, além disto, o carinho que recebiam de Seu Guido e Dona Chica deixavam-lhes em paz e tranqüilidade, sabendo que depois dos longos dias de peraltices, encontrariam aconchego nos braços dos dois “velhinhos”.
Já eram quase nove e meia, quando Dona Chica entrou no Quarto dos garotos: – Bom dia meus pimpolhos, está na hora de acordar. O café esta na mesa. Disse a voz delicada da sexagenária Dona Chica.
Ainda sonolentos, e com vontade de ficar na cama, os dois levantaram-se para lavar o rosto e escovar os dentes. Em poucos minutos os dois estavam à mesa, devorando os bolinhos preparados pela avó de Max. Eles eram o melhor dos dias de chuva, dizia Max, sempre com a boca cheia de bolinhos fritos.
Depois do café, resolveram então, tirar da sacola o videogame, que haviam levado. Ele era o “plano B” para dias como aquele Sábado, cinzento e expressamente inimigo das férias. Jogaram pouco mais de uma hora, e cansaram daquele brinquedo da cidade grande, o que eles queriam mesmo era poder se divertir na rua.
– Vó, a gente pode tomar banho de chuva? Perguntou Max, pensando em fazer “estrepolias”.
– Não, não! Vocês podem pegar um resfriado, e ficarem doentes.
– Ah! Vó, o que a gente vai fazer?
– Vão incomodar seu avô que está trancado na biblioteca.
Seu Guido era um homem culto, professor aposentado mantinha uma pequena biblioteca em sua casa. Ele dava aulas de história, em uma universidade regional, e depois que se aposentou retirou-se para o sítio. Todos o tinham por um sábio, sempre quando havia alguma dúvida, recorria-se ao Seu Guido. Outra coisa que chamava atenção de todos, eram os seus inventos, ele estava sempre engenhado alguma coisa. Certa vez tentou inventar uma bicicleta com asas, mas depois de três ou quatros quedas desistiu do invento.
Os dois entraram na biblioteca sorrateiramente e desconfiados, pois Max sabia que Seu avô não gostava de ser importunado quando estava na biblioteca. Mesmo assim eles foram aproximando-se do velho. Ele estava sentado em sua cadeira de madeira, ela tinha o recosto comprido, e haviam detalhes entalhados em dourado na madeira. A mesa de madeira nobre possuía o mesmo tipo de trabalho artesanal. Logo viram que Seu Guido estava debruçado sobre um livro que deveria Ter mais de mil páginas, de tão grosso que era. Ele estava tão compenetrado que os meninos estavam recuando para não incomoda-lo.
– Não precisam se retirar meninos. Podem entrar.
– Que você está fazendo Vovô?
– Eu estou lendo um livro.
– Quê livro? E porque ele é tão grosso?
– Este é um livro de histórias fantásticas, que nos leva há lugares diferentes, onde as fronteiras do real com a fantasia são muito próximas.
– O senhor deixa a gente ler?
– Talvez um dia vocês possam ler este aqui, mas por enquanto comecem com estes que estão na prateleira à direita.
Os três ficaram até a hora do almoço na biblioteca. Enquanto Seu Guido lia o livro misterioso, as crianças liam livros de aventuras. Eles eram repletos de figuras, de magia, de seres estranhos que prendiam sua atenção na leitura. Os dois viajavam em diferentes mundos, que cada página lhes levava, viviam aventuras e conheciam muitas coisas diferentes. O tempo parecia que não havia passado, e não seria notado não fosse a voz de Dona Chica chamando-os para o almoço.
Na mesa Max e Arthur debatiam as aventuras vivenciadas nos livros que leram. Dona Chica percebeu certa preocupação em Seu Guido. Seu olhar estava distante, em outro lugar. Os meninos conversavam tanto que nem percebiam que o velho não estava brincalhão, uma característica sua.
Após o almoço, Dona Chica foi lavar a louça, e Seu Guido foi tirar uma pestana, costume diário após o almoço. Para os meninos sobrou o videogame já que a chuva permanecia. Mas ficar jogando não estava muito em Seus planos.
– Arthur, vamos na biblioteca?
– Não sei não, Max. Seu avô pode ficar brabo com a gente.
Mesmo receoso Arthur acompanhou Max, afinal eles eram inseparáveis. Enquanto Dona Chica cantarolava na cozinha eles aproveitaram para se dirigir à biblioteca. Entraram sem fazer barulho, já que o quarto de Seu Guido ficava ao lado da biblioteca.
-Nossa! Quanta coisa legal! Exclamou Arthur. Revirando prateleiras diferentes da que viu pela manhã.
A biblioteca de Seu Guido era um dos maiores cômodos da casa, lá existiam diversos livros, que iam desde os didáticos qual usava nos tempos de professor, quanto os de literatura. Eles procuraram o livro que haviam visto pela manhã, tamanha era a curiosidade para saber os segredos daquela obra tão resguardada por Seu Guido, mas não encontraram-o.
– Onde será que o vovô colocou aquele livrão? Perguntou-se Max sentando na cadeira da escrivaninha. Sobre ela estavam alguns rabiscos sobre papel, e uma pena de escrever. Max retirou a pena de Seu suporte, quando algo estranho aconteceu. Um barulho de corrediças surpreendeu-os, e um compartimento na prateleira dos livros de aventura se abriu.
– Noosssaaaa! Disse Max deslumbrado com que via.
– Ma-ma-max e-eu-eu tô com medo. Falou Arthur.
– Deixa de ser medroso Arthur, que mal pode Ter na casa do vovô.
– Ele pode ficar brabo com a gente.
– Deixa de bobagem, vamos ver o que tem ali dentro.
Para surpresa dos garotos, o livro que procuravam estava ali. Junto com eles estavam uma bolsa de couro, que possuía um tipo de pó dentro dela, e um bastão de madeira, com detalhes dourados, que provavelmente devia ser ouro.
– Vamos ver que livro é este. Disse Max.
Ele pegou o livro misterioso, e levou-o até a escrivaninha. Ele era diferente dos outros livros que conheciam. Era grosso, com umas mil páginas talvez, sua capa era dura, parecia ser de couro, era negra como a noite e possuía dizeres dourados em uma língua estranha. Abriram o livro, e sua escrita estava na mesma língua da capa. Foram folheando suas páginas, e em cada uma delas surgiam diferentes figuras. Havia monstros, magos, animais alados, tudo chamava a atenção dos garotos.
– Como eu queria poder entender estas palavras! Disse Max em um tom de desejo. Neste momento algo sensacional, e mágico aconteceu. As palavras começaram a se embaralhar, e num piscar de olhos se traduziram para o português, legível para os garotos. Max e Arthur levaram um susto, e fecharam rapidamente o livro, e para sua surpresa a escrita da capa também havia mudado.
“O LIVRO DE BHEM, O MAGO DOS MAGOS” era a escrita que se via na capa do livro misterioso.
– Que legal! Exclamaram os dois ao mesmo tempo. Deve ser alguma tecnologia nova nos livros, pensaram.
– Eu posso saber o que estes “dois peraltas” estão fazendo com o meu livro?
– Ops! Vovô?
– Eu sabia que a curiosidade faria vocês encontrarem este livro.
– Quê livro é este Vovô?
– Este é um livro muito especial meninos sentem-se aqui, que o Vô conta a história para vocês.
“Bhem foi um Mago que existiu, há muito tempo atrás, mas muito tempo mesmo. Ele se formou na Escola para Bruxos de Hagar, e foi aprimorando seu aprendizado. Uma profecia dizia que ele era o escolhido para vencer o mal, que cada vez aumentava mais naquela época. Além disto, todos viviam juntos, os seres mágicos, e os seres humanos, sem que houvesse discriminação. Porém acontece que um bruxo foi dominado pelas forças do mal, e começou a perseguir os humanos e a escravizá-los. Ele montou um exército de seres poderosos para dominar o mundo, e estava conseguindo, não fosse pela magia de Bhem. Ele usou todo o poder de sua magia para dividir os dois mundos, a Terra Real, e a Terra da Fantasia. Todos os seres mágicos foram exilados para a Terra da Fantasia, e Bhem escolheu um de seus pupilos para ser o guardião do Portal entre estes dois mundos. O escolhido foi Sir Maximilianus, um de Seus melhores alunos. Com Ele Bhem deixou Seu bastão mágico, e o Seu livro de magia. Estes deveriam ser passados aos seus descendentes por toda a eternidade”.
– Quer dizer, que o senhor é este guardião vovô? Interrompeu-o Max, curioso com a história que acabara de ouvir.
– Isto mesmo meu neto, e o próximo será você, o centésimo guardião.
– Mas como vovô? Eu não sei nada sobre magia.
– Mas você vai aprender meu filho, está escrito no livro de Bhem. Mas antes me deixe falar mais uma coisa sobre está história.
“Diz o livro de Bhem, uma profecia que o centésimo guardião enfrentará uma grande batalha, e este terá novamente que fechar o portal. Mas para isto terá que encontrar o El Dourado, uma cidade de ouro, onde o espírito de Bhem está aprisionado. Se o guardião falhar, os portais se abrirão novamente, e a Terra Real será dominada pelos seres do mal, que escravizarão novamente os humanos. Para que isto não ocorra o guardião deverá encontrar o El Dourado e libertar o espírito de Bhem, para que este refaça a magia a não permita que os portais se abram. Isto deverá ser realizado antes que se complete os dez mil anos da vitória de Bhem”.
Max interrompe novamente Seu avô, para interrogá-lo.
– Vovô e quando isto vai ocorrer?
– Precisamente daqui dez dias meus meninos!


















CAPÍTULO III
Max, Arthur e Tim-tim partem para a aventura

Os meninos estavam surpresos com o que haviam acabado de descobrir. Max era o centésimo guardião do portal entre a Terra Real e a Terra da Fantasia. Seu avô, o nonagésimo nono guardião contou-lhe toda a história. Para complicar a situação os seres do mal, derrotados pelo mago Bhem há dez mil anos, queriam invadir a Terra Real para fazerem os seres humanos Seus escravos. E para piorar, sem em dez dias eles não encontrassem Bhem, os portais seriam abertos para a eternidade, reunindo novamente a Terra Real e a Terra da Fantasia. Os três permaneciam na biblioteca, Max e Arthur ainda não haviam conseguido acreditar na fantástica história contada por Seu Guido.
-Mas vovô, como é que eu vou conseguir, se eu ainda nem sou esse tal de guardião, como é que eu vou achar o tal de Bhem?
-Eu sei meu neto. As coisas estão acontecendo rápido demais, mas nós não temos tempo. Daqui dez dias se você não encontrar Bhem, o mundo virará um caos.
Arthur, que até então nada tinha a ver com a história, era o mais incrédulo. Acreditava que tudo aquilo fosse fruto da imaginação da velhice de Seu Guido. Uma história desta parecia com os livros de aventura que gostava de ler. Seu Guido, conhecedor dos pensamentos indagou-lhe:
-Ainda não acredita? Meu garoto.
-É que é tudo tão fantástico Seu Guido. Respondeu timidamente o garoto.
-Eu sei, mas o universo é fantástico, e lhes garanto meninos há muita coisa que sequer sabemos ou possamos imaginar. O mundo simplesmente é fantástico.
-Mas vô, o que eu posso fazer?
-Não te aflijas menino, ainda esta noite tu irás atravessar o portal, e seguirá para a Terra da Fantasia. Lá, irá procurar por Bhem, e libertá-lo de seu descanso.
-Vovô, eu tenho medo!
-Eu sei muito bem meu neto, por isso disse para trazer Seu amigo.
-Eee-eeu. Gaguejou Arthur.
-Sim, você, e o Tim-Tim. Os três deverão atravessar o portal ainda hoje. Assim Max não irá sozinho, a Terra da Fantasia oferece perigos aos Seus viajantes solitários, mas se forem em caravana será mais fácil.
-Seu Guido, o Senhor me chamou? Disse uma voz estranha, entrando na biblioteca.
-O que é isso? Indagaram simultaneamente os garotos.
Para o espanto de Max e Arthur, era Tim-tim, o cachorro de Seu Guido que entrou na sala.
-Ele fala!!??
-Por que o espanto garotos? Por acaso não descobriram toda a história? Eu apenas sou um cachorro falante.
-Ele fala!!!! Exclamaram os meninos novamente incrédulos.
-Meus filhos, talvez vocês Agora saibam que o que lhes contei não é loucura da idade, afinal não é todo dia que se pode ouvir um cachorro falando. Disse o velho à gargalhadas, com a surpresa de Max e Arthur
Eles ficaram na biblioteca por mais alguns minutos, e Seu Guido disse-lhes para aproveitarem a chuva e dormirem, pois a noite seria longa, eles iriam atravessar a fronteira entre o real e o imaginário, iriam transpor todos Seus medos, partiriam rumo ao desconhecido e improvável, viajariam para a Terra da Fantasia.
E assim fizeram, descansaram por toda a tarde, porém ainda lhes martelava os pensamentos a descoberta da tarde. Quando acordaram estavam ansiosos para saber os detalhes de sua jornada que se aproximava. Na cozinha Dona Chica preparava o lanche para viagem, e como de costume cantarolava suas canções. Neste momento Seu Guido entrou no quarto.
-Prontos para uma grande aventura meninos?
Eles responderam apenas com um olhar que misturava ansiedade, medo, e curiosidade. Seu Guido pediu para eles sentarem, e começou a explicar-lhes sobre a viagem.
-Logo vocês entrarão em um mundo totalmente diferente. Eu não poderei ir com vocês, pois a idade, e a fraqueza do meu corpo não permite-me mais a estes tipos de aventura.
Max neste momento interrompeu se avô para fazer-lhe uma pergunta:
-Vovô, o senhor já esteva na Terra da Fantasia?
-Sim meu filho. É um lugar onde tudo pode acontecer, a magia e a força estão por todos os lados, tanto as que são do bem, como as do mal. Mas sempre com algum equilíbrio, porém vocês encontrarão um lugar um pouco diferente, já que as forças estão em desequilíbrio neste momento. Porém não precisam Ter medo.
-E como é que a gente vai saber para onde ir? Indagou Arthur.
-Boa pergunta, lá vocês encontrarão uma Fada chamada Melissa, ela é um tanto atrapalhada, mas os guiará até a entrada de El Dourado.
-E como é que a gente vai achar esta fada? Indagou-lhe Max.
-Não se preocupem. Ela os achará.
Os garotos prepararam suas mochilas para a viagem, e foram até a cozinha para despedirem-se de Dona Chica. Seu Guido esperava por eles na varanda. Dona Chica Deu um abraço forte em cada um deles, e pediu para que eles tomassem cuidado. Também pôs na mochila de cada um, Seus bolinhos, só que estes eram diferentes, confessou Dona Chica. Eram bolinhos mágicos, que toda vez que sentissem fome, bastava comer apenas um para saciar-lhes a fome.
Eram umas nove da noite, e ainda chovia muito. Seu Guido que esperava-lhes na varanda aguardava-os com as capas de chuva. Também tinha uma encomenda para cada um dos garotos.
-Max, você levará o livro de Bhem, e o bastão mágico. Arthur levará está chave de ouro.
-Mas vovô, o que iremos fazer com estas coisas?
-Vocês descobrirão, mas não as percam.
Eles colocaram as capas de chuva, e seguiram Seu Guido. Ele dirigiu-se para um pequeno barco que estava ancorado no lago ao lado da casa de Seu Guido. A princípio eles não entenderam, pois o lago era pequeno, e com aquele barco não levariam mais que cinco minutos para atravessar-lhe. Tim-Tim juntou-se a eles, e foi o primeiro a entrar no barco. Seu Guido antes de despedir-se, disse-lhes as ultimas instruções.
-Vocês navegarão durante toda a noite...
Sem Seu Guido completar a frase, Max interrompeu-o
-Mas Seu, olha o tamanho deste lago!
-Você tem que aprender uma coisa meu filho. Neste mundo tudo é possível, este lago é o portal, vocês devem navegar direto para margem daquela extremidade. Disse apontando para o fim do lago. Vocês devem remar sempre na mesma direção, até encontrarem a margem no Pântano. Porém tomem cuidado o Pântano é um dos lugares mais perigosos da Terra da Fantasia, devem atravessa-lo ainda durante o dia, pois na noite poucos conseguiriam sobreviver nele. Quando saírem dele, Melissa os encontrará. Boa sorte meninos!
Eles começaram a remar, e a cada força empregue nos remos a figura de Seu Guido distanciava-se deles. Foi sumindo, sumindo... até que não mais puderam vê-lo.







CAPÍTULO IV
O Monstro do Pântano

Um raio de luz aos poucos foi indo ao encontro do rosto dos meninos. Eram os primeiros raios de sol do novo dia. Eles haviam navegado a noite inteira. Estavam exaustos, pois remaram até cansar, e a cada força que faziam imaginavam como seria a tal Terra da Fantasia, e em como eles seriam recebidos naquele mundo fantástico. A fadiga vez com que adormecessem antes de chegarem as margens do pântano quase ao alvorecer do dia. Então o raio de sol, atrevido e sem regalias ao cansaço de Max e Arthur despertou-os. Embora cansados sabiam que tinham de continuar, tinham pouco tempo.
Apenas perceberam que haviam chegado quando abriram de vez os olhos. Misturavam sentimentos de medo e de entusiasmo, estavam em um mundo diferente, haviam enfim chegado à Terra da Fantasia. A primeira coisa que fizeram foi olhar ao redor, para reconhecer o novo ambiente que estavam. O barco estava encalhado na margem do rio. Era um rio imenso, não imaginavam que fosse tão longo quando partiram. A sua frente estava o pântano, era um lugar assustador e sombrio. Havia muitas árvores velhas e podres. O lodo era negro e fedido, a névoa parecia esconder os perigo do lugar. Porém eles teriam que enfrentar tudo isto e atravessar o pântano, e Max estava preocupado em qual direção tomar.
-E Agora Arthur, para onde vamos?
-Eu não sei Max. Achei que tu deverias de saber, afinal és tu o guardião do tal portal.
-Não precisa tirar sarro...
Já irritado pelo princípio de discussão que estava para começar, o terceiro membro do grupo interrompeu-os.
-Parem de discussões crianças, isto não levará a nada. Repreendeu-os Tim-tim
-Bolas! Eu já tinha esquecido que este cachorro falava. Então me diga para onde vamos, Seu cão sabichão? Disse Max em um tom que misturava deboche e exaltação.
-Há apenas uma saída deste pântano, é por onde nos conseguirmos sair. Disse Tim-tim
Eles pegaram Seus pertences, e desceram do barco. Havia muito barro, e decidiram seguir ao norte, onde havia um caminho de pedras. Quanto mais entravam no pântano, mais parecia-lhes assustador. O lugar era imundo, as árvores além de velhas e podres estavam cobertas por musgos mal cheirosos.
. Eles tinham de seguir com muito cuidado, as pedras eram escorregadias, e eles poderiam cair nas poças de barro, ou nos panelões de água que borbulhavam como se estivessem fervendo. Para piorar o cenário, de vez em quando podia-se ouvir uivos, e ganidos dos animais do pântano.
Eles caminharam por algumas horas, e a cada metro que distanciavam-se do ponto de partida surgia uma densa névoa, que tornava cada vez mais raro a presença do sol dentro da pântano.
-Max, eu estou cansado, vamos parar um pouco. Disse Arthur, exausto da jornada que recém iniciara.
-Só um pouco então, eu também estou cansado. Respondeu o outro menino.
-Eu acho meio arriscado a ficarmos parados no meio deste pântano. Disparou Tim-tim.
-Fica quieto Tim-tim, cachorro não tem voto nas nossas decisões. Falou Max bruscamente com o cão.
-Bom depois não digam que não avisei. Disse o cachorro, um pouco triste com as maneiras que os meninos estavam lhe tratando.
Eles sentaram-se aos pés de uma velha cortiçeira, que devia Ter uns quatro metros de altura e ainda resistia ao pântano. Como estavam com fome tiraram da mochila os bolinhos que Dona Chica havia preparado para a sua viagem. Tim-tim aproveitou para fazer um reconhecimento do perímetro onde estavam, queria ver se estavam em segurança naquele local.
-Será que o Tim-tim ficou chateado com a gente Arthur?
-Não sei Max, o que será que ele tá fazendo no meio do pântano. Talvez tá procurando um lanchinho para ele almoçar.
Os dois aproveitaram o tempo de descanso para conversaram sobre aquele lugar fantástico que era a Terra da Fantasia. O próprio pântano apesar de sombrio, continha certa beleza. Durante Seu caminho encontraram, duas ou três flores coloridas perdidas no meio daquela podridão toda. Eles imaginavam que tipo de aventura viveriam, que tipo de pessoas encontrariam, que tipos de amigos fariam. Porém tiveram de interromper a conversa pois perceberam alguma coisa estranha.
-Que fedor! Exclamou Arthur.
-Nossa, parece que todos os “puns” do mundo tão aqui.
-O que será que é...
Os meninos ficaram mudos, totalmente sem reação quando perceberam que não estavam sozinhos. A sua frente surgia a figura gigantesca por entre a árvores. Tinha uns três metros de altura, era fedido que nem fossa de bueiro, Seu corpanzil era musculoso e coberto de musgos e barro, para os garotos mais parecia uma gigante bola fecal que caminhava. O montro foi se aproximando dos meninos e disse:
-Quem ousa entrar nos meus domínios? Quem são vocês invasores?
As pernas de Max e Arthur ficaram bambas, Seus corpos empalideceram, suas vozes pareciam não querer sair de suas bocas, por alguns instantes ficaram mudos. Estavam apavorados com aquele monstro que haviam encontrado.
-Nó-ós n-não so-so-mos i-i-nvasores. Gaguejou Max
-E o que vocês querem aqui crianças? Retrucou o monstro.
-Nós apenas queremos atravessar o pântano. Disse Arthur em um tom mais calmo.
-E aonde querem ir?
-Nós queremos encontrar uma Fada quando sairmos daqui. Disse Arthur.
-Hum! Exclamou a criatura monstruosa. Então vocês devem ser os enviados do Guardião Guido.
-Sim, meu velho e bom amigo Atrix. Disse Tim-tim, recém chegado na conversa.
-Tim-tim, Seu cachorro safado, deixou os meninos desprotegidos. Se Seu Guido soubesse, você estaria encrencado meu amigo. Disse o mosntro
Refeitos do susto, os meninos ouviram a história de Atrix, príncipe de um dos Reinos da Terra da Fantasia que foi amaldiçoado pela magia negra do Bruxo Mhal. Este transformou-o em Monstro do Pântano, e fez do pântano sua prisão, e Seu lar, caso ele saísse do pântano morreria. Atrix, no começo era um monstro mau que atacava todos que entrassem no pântano, porém Seu Guido em uma de suas viagens pela Terra da Fantasia convenceu-o que toda aquela rebeldia não faria voltar a sua condição humana. E assim os dois tornaram-se grandes amigos.
Atrix já sabia da missão dos meninos, e estava a torcida pelo sucesso dos garotos. Só Bhem poderia tira-lo do feitiço, por esse motivo ajudou os garotos, e a Tim-tim saírem do pântano pelo caminho mais rápido, afinal depois de mil anos naquela prisão, conhecia todos os atalhos. Faltava pouco para o meio-dia e haviam chegado ao fim do pântano. Atrix despediu-se dos meninos, e ficou olhando-os partir. Seu desejo profundo pela vitória de Max e Arthur, era para ele também poder sair de dentro daquele pântano, e assim fazer o que mais gostava que era cavalgar pela savana.










CAPÍTULO V
O Encontro com a Fada Melissa

Levaram metade da tarde para atravessarem a savana. Encontraram vários animais, de diferentes espécies, cores e estilo. A vegetação também era variada com uma flora rica em verde, e colorida pelas flores. O clima era ameno, apesar do sol acompanhando-os por toda a travessia. Na savana não encontraram problema algum, apenas tiveram um susto com uma cobra que cruzou-lhes o caminho, sua cabeça de fogo indicava que fosse a Boitatá, porém nada mais de fantástico acontecera, a Boitatá sequer lhe viu. Era justamente isto que Max e Arthur estranhavam, fora os animais pareci-lhes tudo muito desértico, imaginavam que quando chegassem à Terra da fantasia topariam com diferentes serem que conheciam da literatura, já que Seu Guido antes da partida havia-os prevenidos para tal situação.
Estavam praticamente entrando na floresta, e deixando a savana para trás. Arthur já aparentava um certo sinal de cansaço com a grande caminhada que fizeram, Max queria prosseguir. Porém os dois estavam receosos com a floresta, caminho pelo qual estavam começando a penetrar. Ela parecia enorme, sem fim. Suas árvores eram altas, e certamente as mais baixas tinham no mínimo vinte metros de altura. No mundo real as florestas já são perigosas, os pensamentos deles iam no sentido de que perigos uma floresta em um mundo de magia poderia lhes oferecer. Foi exatamente neste momento que uma voz cortou o silêncio do ambiente.
-Olá meninos!
-Quem está aí? Indagou Max.
-Sou eu!...
De trás de uma árvore surgiu uma figura lindíssima. Uma moça, com o rosto mais belo que os meninos já haviam visto, aparentava Ter uns dezessete anos, Seus cabelos louros pareciam ouro, e o jeito doce de falar encantou Max e Arthur.
-Quem é você moça? Perguntou Arthur, encantado com a ninfa que haviam acabado de encontrar.
-Ora! O Guido não disse que eu os encontraria.
-Então você é a Fada Melissa. Deduziu Max.
Fada Melissa era a mais jovem da escola de Fadas, e para a surpresa dos meninos tinha recém duzentos e quarenta anos e foi escalada para esta missão devido a maioria das Fadas estarem incubidas de bolar um plano para conter os seres do mal. Ela era um tanto atrapalhada com sua magias, que raramente davam certo, porém tinha um dos corações mais puros de toda a Terra da Fantasia, o que neste momento era uma vantagem para enfrentarem os seres de coração impuro.
-Para onde nós vamos? Perguntou Max dirigindo a palavra para Fada Melissa.
-Bem, Agora nós vamos seguir a trilha até a vila dos duendes...
-Duendes? Falou com surpresa Arthur interrompendo as palavras da Fada Melissa.
-Sim, para a vila dos duendes. Por que a surpresa, esqueceu-se que estamos na Terra da Fantasia. Disse a moça achando graça na surpresa do menino.
Max e Arthur passaram a seguir a Fada pela trilha no meio da floresta densa. Ficaram muito interessados em saber como era a vila dos duendes, e como eles eram, se por acaso se assemelhavam aos que conheciam da literatura.
Os duendes sempre foram brincalhões e divertidos, toda a noite era motivo para festa no vilarejo. Sua diversão preferida era fazer brincadeiras com viajantes desavisados. O próprio Seu Guido em sua primeira incursão pela floresta foi vítima da brincadeiras dos duendes. Porém não passava de pequenas brincadeiras, pois os duendes eram os seres mais pacíficos da Terra da Fantasia, em momento algum nos últimos milhares de anos haviam se envolvido em guerras.
Os quatro seguiram pela floresta, e a Fada Melissa tendo Seus ouvidos alugados por Max e Arthur indagando-lhe sobre a Terra da Fantasia. Os dois seguiam pela floresta todos garbosos e orgulhos da Melissa, a bela companheira que haviam encontrado para a viagem.










CAPÍTULO VI
Mahl, o Bruxo Negro

Enquanto os garotos, fada Melissa e o cachorro Tim-tim seguiam pela floresta, alguém muito distante dali espionava-os. Era Mahl, o bruxo negro que queria abrir os portais para a Terra Real. Mahl era colega de aula de Bhem na Escola dos Magos. Os dois eram os mais promissores magos do mundo, que naquele tempo não eram divididos . Porém a inveja e a força negra se apossaram do coração de Mahl. A ambição fez com que ele começasse a escravizar seres humanos, e dominar a mente de seres mágicos. Mahl construi um verdadeiro exército. Porém Bhem, e os seres bondosos não tiveram saída, foram obrigados a dividirem o mundo em dois paralelos, a Terra Real, habitada pelos seres humanos, e a Terra da Fantasia habitada pelos seres mágicos e poderosos. Para tanto, para esta divisão Bhem usou de toda sua força e foi aprisionado por Mahl, em El dourado, cercado por ouro, simbolo da ambição, de onde Bhem apenas poderia ser liberto por uma chave mágica, que ficou perdida na Terra Real.
O Bruxo Negro era minoria na Terra da Fantasia, e não conseguiu propagar suas maldades, foi exilado para uma cadeia de montanhas, ao norte da Terra da Fantasia. As montanhas que eram verdes e vivas, com sua chegada foram morrendo, até que ficaram desertas, sem qualquer tipo de vida, a não ser o próprio Mahl, e de seu súditos maléficos.
Mahl usou de sua magia e edificou um Castelo, o Castelo das Trevas como é conhecido. Em seu centro no topo da montanha, uma gigante torre negra, local por onde ele observava toda a Terra da Fantasia. As montanhas tornaram-se as Montanhas Negras, referência da maldade de Mahl, que mesmo sem poder tentava daquele lugar organizar forças para aterrorizar os seres do bem. Todas foram em vão, porém Agora depois de quase dez mil anos estava mais forte do que nunca.
O bruxo espionava-os pelo Seu Oráculo Negro, um portal de Cristal de Carvão que permitia-lhe enxergar toda a Terra da Fantasia. Assim Mahl tinha olhos em todos os cantos. Foi o Oráculo quem lhe avisou da chegada dos garotos. A princípio Mahl tinha dúvidas sobre quem poderiam ser aqueles dois aventureiros adolescentes. Foi então que fez a dedução que tratava-se do centésimo guardião. Ao fazer esta descoberta soltou uma estridente risada diabólica, divertia-se com a situação, não intimidava-se ao saber que o centésimo guardião era apenas uma criança de doze anos.
O bruxo sabia que em dez dias os portais se abririam, e já planejava a invasão da Terra Real. Os seres humanos eram incapazes de defenderem-se de Seus poderes mágicos e certamente cederiam a sua tirania. Ao pés das Montanhas Negras um exército de milhares de Trolls formava-se para a invasão.
Os Trolls eram seres monstruosos dotados de uma força descomunal. Sua pele era escamada e fedorenta, Seus rostos deformados, apenas o Seu mau hálito derrubaria um ser humano. Eram os seres mais violentos da Terra da Fantasia, e vez por outra tentavam dominar vilarejos. Os Trolls não viam a hora de abrirem-se os portais, pois depois de dez mil anos estavam loucos para devorarem os humanos, prato preferido dos Trolls.
Apesar de menosprezar Seus novos inimigos, Mahl não queria correr riscos, e procurou um jeito de elimina-los antes mesmo de fazerem amigos na Terra da Fantasia. Como Mahl dominava todos os seres maléficos da Terra da Fantasia consultou ao Oráculo qual de Seus Servos estava mais próximo da pequena caravana. Naquele momento justamente estava pela floresta caçando dragões, um dos seres mais crueis do mundo: O cavaleiro Sem Cabeça. Seu nome um dia foi Sir Wallace de Avalon, porém ele acabou traindo ao Rei Arthur, e foi decapitado por outro cavaleiro, porém ele retornou do inferno e passou a vingar-se de todos os seres que lhe cruzassem o caminho. Também era mercenário, e muitas vezes trocava a cabeça de suas vítimas por moedas de ouro. Do alto da Torre do Castelo Negro Mahl deu-lhe a nefasta ordem: Mate-os!















CAPÍTULO VII
O Ataque do Cavaleiro Sem Cabeça

A noite já havia chegado, e os primeiros raios de lua surgiam timidamente por entre as folhas das árvores da floresta. Pela pouca luminosidade o lugar dava arrepios, tomado pelas trevas noturnas, a cada uivo dos animais da mata, os aventureiros sentiam fraquejar suas pernas.
Como os garotos ainda não haviam cansado de fazer perguntas a Fada Melissa sobre a Terra da Fantasia, e mesmo com os arrepios de vez por outra, sequer perceberam que naquele mundo ao invés de uma lua, eram quatro, e que cada uma delas encontrava-se com uma estação diferente da outra.
– Fada Melissa, ainda falta muito para chegarmos? Indagou-lhe Max, preocupado a escuridão que sequer as quatro luas no céu podiam aliviar.
– Talvez em meia hora chegamos lá, mas não se preocupe, a floresta não oferece muitos riscos. Disse a fada com seu habitual jeito doce de falar.
Apesar da Fada não estar preocupada, alguém os seguia fazia algum tempo, de cavalgar sorrateiro nem as folhas secas ao chão poderiam denunciá-lo, se fantasmagórico “spectro” negro não se fazia perceber. Este tenebroso Ser, era o Cavaleiro sem Cabeça, um monstro perverso e sem escrúpulos, que carregou para a morte a maldade que fazia em vida. Era um dos mais fiéis discípulos do Bruxo Negro, Mahl, e tinha como missão eliminar o guardião, ou quem quer que fosse pretender atrapalhar os planos do Senhor da “Montanhas Negras”.
O Cavaleiro sorrateiramente estudava o melhor ponto para atacar a pequena caravana que seguia para a vila dos duendes. Iam todos despreocupados, conversavam, contavam histórias, piadas, causos... Até queTim-tim, sentiu a presença do inimigo.
-Ei turma, parem! Exclamou o cão em uma clareira da floresta.
-O quê foi Tim-tim? Perguntou Max.
Antes que o cão pudesse explicar, o Cavaleiro atacou-os. Os meninos aterrorizaram-se com a presença maligna, e começaram a tremer de medo. Fada Melissa ficou sem reação, e Tim-tim ordenou-lhes que se separassem e fugissem. A Fada ficou parada onde estava, pensava numa mágica para tirar-lhes daquele lugar, porém não conseguia juntar Seus pensamentos. Max e Arthur saíram correndo, um para cada lado, na tentativa de confundir o inimigo. Mas o Cavaleiro tinha alvo certo, queria eliminar o guardião, e saiu em perseguição a Max. O garoto corria o mais rápido que podia, e escutava o tropel do cavalo negro do Cavaleiro cada vez mais perto. Sem perceber tropeçou em um tronco, e caiu. Sua perna ficou trancada. Ele estava a mercê do Cavaleiro, que aproximava-se lentamente, com a espada em riste anunciava o golpe que daria fim a aventura.
Mas para a surpresa de Max, quando o Cavaleiro desferiu-lhe o golpe, o mesmo foi desviado por um escudo estranho. De Sobre as árvores pulou um estranho ser que pôs-se a defender o menino. Ele parecia um pouco gordo, mas tinha grande agilidade. Vestia roupas coloridas, e trazia consigo além da espada um belo Arco de madeira com detalhes em prata e uma bolsa com dezenas de flechas. Tinha um topete gigante, de altura mediana, dono de um rosto redondo como a lua cheia, e diferenciava-se dos humanos apenas por suas orelhas pontiagudas.
Os dois seres lutavam epicamente. O golpes das espadas rasgavam faíscas que iluminavam a escuridão da densa floresta, a cada choque do aço contra o aço parecia estar sendo estourado fogos de artifícios das noites de São João.
Enquanto os dois guerreiros se enfrentavam Max tentava inutilmente soltar-se do tronco, mas para sua sorte o guerreiro misterioso não permitia que o Cavaleiro sem cabeça chegasse perto dele.
Arthur percebendo o que acontecia cessou sua fuga e voltou ao encontro da Fada, ainda pasma com o ataque. O menino sacudiu-a para que voltasse a sí. Ela vendo o que acontecia correu para acudir Max, atrapalhada como sempre fez uma mágica para soltar o pé do garoto do tronco, porém acabou por deixar-lhe suspenso no ar, como se fosse um balão de gás.
Enquanto ela procurava fazer um magia que colocasse Max no chão, a batalha entre os dois guerreiros prosseguia, e o Cavaleiro sem cabeça estava prestes a vencer a batalha, pois o seu adversário parecia não ter forças para resistir a muito mais tempo. Porém tentado desfazer a mágica que suspendeu Max no ar, por engano a Fada acabou imobilizando o Cavaleiro, que ficou parado como estátua, envolto por uma intensa luz branca.
-Grande mágica! Exclamou o guerreiro misterioso, elogiando a Fada.
Fada Melissa ficou surpresa com que havia feito, ao perceber que o Cavaleiro sem cabeça estava inerte. Ela e os garotos estranharam quando o guerreiro misterioso pegou uma bolsa de couro de Gnus que tinha consigo, aproximou-se do Cavaleiro e da bolsa sacou um crânio humano. Era o crânio do próprio Cavaleiro, que trazia consigo.
O guerreiro misterioso que defendera a caravana do guardião era Elvis, um Elfo que teve como missão caçar e destruir o Cavaleiro sem Cabeça que estava aterrorizando a Terra da Fantasia nos últimos quatrocentos anos. E o único jeito para eliminar o Cavaleiro era unir novamente a cabeça ao Seu corpo, fazendo-o desistir de sua vingança e mandando sua alma novamente para o inferno. Foi o que fez Elvis, pôs o crânio sobre o pescoço do cavaleiro, e dois vultos negros surgiram das entranhas da terra e arrancaram sua alma, que agonizava aos berros, seu corpo instântaneamente se decompôs restando apenas seu ossos de mais de quatro décadas.
Terminada a batalha o grupo reuniu-se novamente, Agora com um novo companheiro que dispôs-se a auxiliar na missão dos meninos, já que havia terminado a Missão que havia recebido do povo Élfico, que viviam na costa do Mar dos Elfos, um paraíso na Terra da Fantasia.
Elvis, era o mais alegre dos Elfos, brincalhão, cantor e compositor, além de suas armas carregava sempre sua “bandola”, um instrumento misto de Banjo e Viola. Agora juntaría-se a caravana para libertar Bhem. Pegaram seus apetrechos e seguiram, ainda um pouco exaustos pela batalha, para a vila dos Duendes, onde pernoitariam. Max e Arthur agora já sabiam o quanto era perigosa a sua jornada, bem como sabiam que o inimigo lhes seguia com seus olhos negros.










CAPÍTULO VIII
Na Vila dos Duendes

Haviam vencido uma grande batalha, e a caravana seguia seu rumo para a Vila dos Duendes. No início eram apenas três: Max, Arthur e Tim-tim que saíram da Terra Real para irem a El Dourado resgatarem o Mago Bhem. Depois, cinco aventureiros em busca da vitória contra o mal e pela libertação dos dois mundos. Fada Melissa, e o Elfo Élvis juntaram-se aos garotos para lhes conduzirem por aquele mundo fantástico, e inimaginável na cabeça dos dois meninos.
Eles seguiram por mais trinta minutos dentro da floresta, até que chegaram à Vila dos Duendes. Max e Arthur ficaram maravilhados com o que assistiam. Havia uma ponte de madeira que unia os dois lados do Cânion Forest, um abismo enorme e sem fim qual a moeda atirada por Arthur foi sumindo, sumindo... Sem encontrar o fundo do Cânion. De um lado a mata fechada por qual por pouco não foram vencidos pelos inimigos aliados a Mhal, e do outro lado estava a Vila dos Duendes, encravada no ponto mais antigo da floresta, formada pelas árvores milenares da Terra da Fantasia.
A cidade era iluminada por lamparinas dispostas sobre as portas das moradias, e estas eram talhadas nos troncos das árvores. Em cada árvore devia haver de cinco a seis moradias, como se fosse um arranha-céu da capital, onde Max e Arthur moravam. Mesmo sendo noite o movimento era intenso naquele vilarejo. Atravessaram a ponte, e quando chegaram do outro lado um Duende anfitrião veio saudar-lhes.
-Sejam bem-vindos visitantes! Cumprimentou-os um ser pequenino, de uns cinquenta centímetros de altura, com cabelos louros, e barba espessa, e não passava muito da altura do joelho de Max.
-Quem é você? Indagou-lhe Max
-Este é o Kazir, governante desta vila. Disse Élvis.
-Ora, como vai você meu amigo Elfo? Ainda martirizando o mundo com suas canções horríveis?
-Deste jeito tu estragas minha fama, Kazir. Retrucou o Elfo.
O Duende levou-lhes a praça central, onde a caravana acamparia. A sua chegada despertou o interesse de todos os habitantes, que saíram de suas casas para conhecerem Seus visitantes nobres.
Todos queriam conhecer o guardião que tinha a missão de libertar Bhem. Chatu’s o Duende mais rabugento da Vila desdenhou do guardião por ele ser apenas um garoto, chegou a afirmar que se a Terra Real dependesse de sua vitória, os humanos já poderiam render-se a Mahl. Max e Arthur não gostaram, e afirmaram que conseguiriam libertar Bhem.
Exceto Chatu’s, os demais Duendes foram amáveis e cordiais, e Kazir ordenou que fosse assado um cordeiro para saciar a fome dos aventureiros. Enquanto o animal virava churrasco, Elvis cantava acompanhado por uma orquestra de duendes, com Seus violões e bandolins e copos de vinho tinto.
Max e Arthur divertiram-se como nunca, era o Seu primeiro momento de descanso da Terra da Fantasia, eles cantavam, dançavam, gritavam de alegria, todos acompanhados pela beleza angelical da Fada Melissa. A Praça Central tornou-se em palco de uma grande comemoração.
Quando o assado ficou pronto, todos saciaram sua fome, até o Tim-tim deliciou-se com um suculento pedaço de costela de carneiro. Max e Arthur que estavam varados de fome comeram quase metade do animal, Fada Melissa como toda moça para manter a forma mal beliscou, já o gordo Elvis comeu a maior parte do carneiro, estava esfomeado devido a sua batalha.
Após o banquete entregaram-se ao cansaço. Havia sido um dia intenso para eles. Max e Arthur passaram a noite navegando, e mal chegaram à Terra da Fantasia, passaram o dia atravessando o pântano e a savana. Para piorar quando seguiam pela floresta foram atacados pelo Cavaleiro sem Cabeça, enviado do Bruxo Mahl para acabar de uma vez por todas com a aventura do centésimo guardião. Foi muita coisa para apenas um dia, os adolescentes tinham razões de sobra para estarem exaustos e fadigados. Aproveitaram para descansar, Ter uma boa noite de sono que revigorasse-os para a viagem do dia seguinte. Max tinha apenas nove dias, e teria que encontrar logo o El Dourado, e libertare Bhem. Enfim relaxaram naquela noite, afinal o amanhã sempre é outro dia.














CAPÍTULO IX

A Viagem de Balão



PLAC-PLAC!!!
PAM! PAM!!!
TEC-TEC, TEC-TEC!!!
RAMRAM-RAM!!!!
O sol ainda não havia surgido, e Max e Arthur foram acordados por uma grande barulheira. Eram os duendes trabalhando. Estavam pregando e serrando madeiras. Construíam um grande cesto.
Em outro canto da Vila estavam as senhoras costurando pequenos remendos de pano, e unindo-os em uma peça única. Os meninos levantaram-se, lavaram Seus rostos, e como a curiosidade era tanta foram saber no que eles trabalhavam tão cedo da manhã.
– Kazir, no que tanto vocês trabalham? Perguntou o jovem Max, curioso com a obra dos duendes.
– Ah! Já acordaste guardião, queríamos fazer-te uma surpresa.
– Uma surpresa?
– Sim! Sabemos que buscam encontrar Bhem, e para isto necessitam achar a Cidade do El Dourado, e ela fica muito longe para chegarem em apenas nove dias.
- Você sabe onde fica esta tal de El Dourado, Kazir?
- Bom, saber certo onde é eu não sei, mas dizem que fica no Vale do Paraíso.
- E onde é que fica este Vale?
- Depois das Montanhas de gelo. É um lugar muito bonito, com florestas tropicais, bosques, campos verdes, rios, um lugar onde a natureza é pura e plena. Segundo a diz a lenda El Dourado fica encravada bem no meio deste Vale. Assim a ambição, e a cobiça não se espalham por toda a Terra da Fantasia.
- E este lugar fica muito longe daqui? Perguntou Arthur, entrando no assunto da Max e Kazir.
- Sim menino. Para chegar lá vocês devem atravessar o deserto, e as Montanhas de gelo.
- Mas assim não vamos chegar lá a tempo, Kazir. Disse Max preocupado com a sua missão.
- Não te preocupes. Foi por este motivo que preparamos esta surpresa.
- O quê é isto?
- Um balão. Disse o líder dos duendes, quando os demais finalizaram o acabamento do trabalho.
Os duendes haviam passado a noite trabalhando para ajudar Max e Arthur. O caminho para El Dourado era muito longo, e eles não chegariam a tempo se tivessem que atravessar o deserto e as Montanhas pelo chão. Por isso os Duendes construíram um balão. Os homens trabalharam a madeira, para a construção do cesto do balão, enquanto as mulheres juntaram todos os retalhos de pano para poderem fazer o balão voar.
Os Duendes logo encheram de ar o balão, os meninos não poderiam perder tempo algum, e já haviam acordado a Fada Melissa para ela seguir viagem junto com eles, e também o Elfo gordo Élvis, que teimava em não acordar, queria continuar roncando como um porco. Eles aprontaram suas malas novamente, e prepararam sua partida, carregaram Elvis dormindo para dentro do cesto do balão, e despediram-se dos Seus amigos Duendes, e prometeram libertar Bhem.
Soltaram as amarras do balão, e ele foi subindo, subindo..., até que a Floresta dos Duendes estivesse sob Seus pés, bem pequeninha.
Max e Arthur estavam maravilhados com a viagem que haviam começado a realizar, pois nunca estiveram em um balão, aquilo era sensacional para os garotos. Eles podiam ver toda a Floresta, e ainda um pedaço da savana que haviam cruzado. Do alto viam os animais lá no chão, em uma ou outra clareira da mata, faceiros pela liberdade que a Terra da Fantasia lhes proporcionava. Sabiam que lá ninguém os caçava. Às vezes também recebiam a companhia dos pássaros no balão, ficavam curiosos com a engenhoca que lhes imitava na arte de voar.
A alegria e excitação por estar nas alturas de Max e Arthur, contrastava com o medo de Tim-tim, todo encolhido em um canto do cesto. O cachorro nem cogitava a possibilidade de olhar para baixo. Fada Melissa aproveitou para treinar seus truques e acompanhou o balão voando ao seu lado. Já Elvis levou um grande susto ao perceber que não estava mais em terra firme, quando acordou.
O vento estava ajudando e o balão seguia em boa velocidade, em poucos minutos deixou para trás a floresta, e em poucas horas havia cruzado o deserto. Max e Arthur ficaram impressionados com o deserto, eram quilômetros e quilômetros de apenas areia, em toda a viagem avistaram apenas um Oásis, no qual alguns elefantes bebiam água. Enquanto atravessavam a passagem desértica aproveitaram para conversar, e para descontrair. Elvis tocava Seu violão, e cantarolava suas canções. Fada Melissa cansada de voar juntou-se ao grupo no balão. O tempo havia passado tão rápido que quando menos perceberam estavam perto das Montanhas de Gelo.
As montanhas eram muito altas, sobre elas havia a cobertura de alguns pinheiros, e também muito gelo. Para atravessá-las o balão teria que subir mais alto, e para isto o grupo tirou um pouco dos sacos areia, dos pesos do balão, para que ele ganhasse altitude. Porém eles tiraram pesos a mais e o balão começou a subir rapidamente, ganhando altitude com muita velocidade, quando ultrapassou o limite do pico mais alto uma corrente de vento desestabilizou-o, atirando-o para baixo.
O balão foi descendo em espiral, até que caiu no pico da montanha. Os viajantes estavam tontos, mais pareciam terem saídos de um liquidificador. Max, ainda meio zonzo com a queda, procurou por seus companheiros, e percebeu estarem todos bem. Os cinco se reuniram, e ficaram estagnados olhando a paisagem ao seu redor. Caíram no pico da montanha mais alta circundada por uma cadeia de montanhas repletas de gelo e solidão, um lugar frio tanto no clima quanto na alma, dos que por ali passavam, surgia-lhes um mundo branco que teriam que atravessar para chegarem ao El Dourado. Olhavam temerosos pelos perigos que a travessia das montanhas poderia proporciona-lhes.





CAPÍTULO X
Rolando Montanha a Baixo


O quinteto ainda estava um pouco tonto com a queda do balão. Estavam ali, reunidos no topo da montanha mais alta. Eles tinham de seguir em frente, havia pouco tempo para chegaram ao El Dourado.
O balão ganhou tempo atravessando rapidamente o deserto, porém Agora teriam que seguir a pé. Elvis estava indignado, pois detestava andar, sempre estava fazendo os cavalos sofrerem com Seu peso. Max e Arthur estavam com fome, e comeram mais um bolinho da Dona Chica, também ofereceram ao Elfo, que vivia varado de fome. Elvis não sabia que os bolinhos eram mágicos, e surpreendeu-se por eles terem saciado sua fome.
Acabado com a fome e passado o susto da queda, ainda havia um problema a ser resolvido, Estava muito frio no alto da montanha e suas roupas eram leves, mas logo Fada Melissa resolveu o problema com uma de sua mágicas. Do nada fez surgir roupas de inverno para os meninos, pois ela e o Elfo não necessitavam, não sentiam frio.
Eles seguiram em frente, o caminho era longo, tinham de atravessar metade da cadeia de montanhas. A visão do alto era linda, aqueles altos pedaços de terra, cobertos de gelo e de pinheiros, ao mesmo tempo com sua aparência gélida, transmitia-lhes um pouco de paz. Nas montanhas existiam poucos animais, pois havia pouca comida, mesmo na floresta de pinheiros, poucos pássaros, e alguns roedores viviam ali. Porém eles não podiam facilitar, as montanhas eram um lugar perigoso e traiçoeiro, onde habitavam alguns súditos de Mahl, como os anões das cavernas douradas, e os Sasquatch’s, mais conhecidos por Pé Grande.
Levaram toda a tarde até chagarem a ultima montanha a ser desbravada, tinham que subir, e depois descer. Era a Montanha Albina, tinha este nome por não possuir uma árvore sequer, havia apenas neve, muita neve.
De todas era a mais perigosa, pois a neve escondia grandes buracos, cavernas, e armadilhas para quem a desafiasse. Estava entardecendo o dia, e a caravana adiantou o passo, claro, exceto Elvis, cuja gordura deixava-o para trás do grupo. Tim-tim também estava exausto, apesar de ser acostumado, pois vivera diversas aventuras com Seu Guido.
Não demorou muito, e chegaram ao topo, de lá puderam avistar o vale do paraíso, ele era lido, como lhes falaram, os meninos entenderam naquele momento a razão daquele mundo ser chamado de Terra da Fantasia.
Max, Arthur, Fada Melissa e Tim-tim pararam para esperar Elvis que ainda não havia chegado ao topo, e também aproveitaram para descansar.
De repente um estranho e horrível cheiro chamou-lhes a atenção, olharam e viram Elvis correndo como se tivesse cinquenta quilos a menos, estava tão veloz quanto uma gazela. Porém eles não conseguiam ver de que ele corria tão apavorado. Tim-tim ao sentir aquele fedor começou a latir, fazendo os meninos nada entender, para que ele latir, se sabia falar.
-CORRAAMM!!! Exclamava Elvis aos berros.
Max e Arthur não lhes deram ouvidos, e esperaram a chegada do Elfo, o fedor aumentava cada vez mais, até que Arthur percebeu o que havia de errado. Era difícil de se perceber naquela imensidão branca, Era um grupo de Sasquatch’s, cinco ou seis, não conseguiu ver com precisão o garoto. Eles eram monstros enormes, de mais dois metros e meio de altura, peludos, brancos e fedorentos, quando os viu Arthur se apavorou, e largou um grito de ordem:
-Pernas pra que te quero, cambada! Gritou o garoto, que ao mesmo tempo puxou o braço de Max.
Os garotos deram início a fuga, e começaram a correr. Na ladeira o equilíbrio é mais difícil, e Elvis não aguentou o próprio peso, e tropeçou, começou a rolar, num golpe ele se embolou com o resto do grupo. O inimigos estavam próximos quando num impulso Max gritou algo:
-Arara arêrê, também o ariri, dê-me algo para sair daqui.
Durante a viagem no balão Max aproveitou para ler um pouco o livro de Bhem, aquele que Seu Guido deixou aos Seus cuidados. Em Seu primeiro capítulo haviam mágicas para iniciantes, e Max arriscou um destes feitiços para tentar salvar-se dos Sasquatch’s. Porém nada aconteceu, e os monstros estavam ainda mais perto. Max tentou novamente, porém desta vez movimentou a vara mágica, foi então que fez sua primeira magia, fazendo surgir um trenó. Os cinco subiram sobre ele, e começaram uma alucinante descida, a montanha tinha uns dois mil metros de altura, e era íngreme, mesmo assim atiraram-se a perigosa descida.
Por não Ter árvores ficava um tanto facilitada, porém o perigo era camuflado sob a neve, os buracos poderiam terminar com sua jornada em um piscar de olhos. Mesmo pesado o trenó atingiu grande velocidade, e deslizava com faca na manteiga. O grande susto foi quando o trenó voou por sobre um cânion de uns trinta metros de largura, uma incrível ferida na terra branca. Ao chegar do outro lado o trenó se desestabilizou e começou a girar em círculos, até capotar. Todos começaram a rolar até os pés da montanha. Em poucos segundos os cinco se estabacaram no chão.
Enfim eles haviam atravessado as montanhas de gelo, e da pior forma possível, acabaram estabacados no chão, descendo a montanha rolando como se fossem uma avalanche, mas afinal entre mortos e feridos tinham conseguido um de Seus objetivos, haviam vencido as montanhas, tinham superados Seus perigos. Tinham agora de adentrar no vale, e encontrar Bhem, o tempo lhes corria ao contrário













CAPÍTULO XI
Chegando ao El Dourado


No Vale do Paraíso havia muitas árvores, muitas flores, muitos animais. Era o maior espaço físico da Terra da Fantasia. Era um lugar puro, onde apenas seres de bem podiam entrar ou viver. Também era um santuário da vida nas mais diferentes formas existentes, e possíveis deste mundo.
Dizem que o El dourado estava fixado no meio do Vale, para que a ganância não se propagasse pela Terra da Fantasia, e por este motivo ficaria rodeado pela pureza da Vale do Paraíso. Assim a cobiça não se propagaria, e nem os seres do mal conseguiriam penetra-lo, deixando Bhem livre das mão do bruxo Mhal.
A caravana decidiu acampar durante aquela noite naaquele local, no início do vale, para só então no dia seguinte prosseguir a jornada.
Quando amanheceu tomaram café e partiram novamente, no início haviam campos, e algumas árvores. Também perceberam muitos animais, Arthur apavorou-se quando viu a certa distância uma matilha de leões. Também podiam avistar alguns ursos, e outros animais selvagens. Porém a grande surpresa ainda não havia sido revelada, um uivo forte e estridente quase deixou-os surdos. A terra tremeu, e do meio do bosque surgiu uma manada de tiranossauros, e que perseguiam Seu almoço.
-Dinossauros! Exclamou Max.
-E para onde vocês acham que eles foram depois que saíram da Terra Real? Disse Fada Melissa.
-Corram para as margens do rio! Gritou Elvis.
Todos se refugiaram para as margens do rio, os dinossauros passaram reto, uns fugindo, e outros querendo almoçar, era a vida selvagem que outrora existia na Terra Real. Os garotos sentaram-se para observar aquele mundo fantástico, e puderam ver diversos dinossauros, de diferentes espécies, mas como não tinham muito tempo seguiram a viagem pelo Vale do Paraíso.
De vez em quando davam de frente com algum tipo de dinossauro, ou animal selvagem, mas passaram a perceber que era tudo normal naquela terra, onde mantinha Seu mundo selvagem como um dia havia a Terra Real, mas que no fundo traduzia-se em grande pureza, pois ali não existia maldade, apenas sobrevivência.
E assim caminharam todo o dia, e toda uma noite, pois o tempo era cada vez menor. Elvis estava esbaforido, e demonstrava um grande cansaço com a jornada, mas para aliviar-lhe a alma cantarolava suas canções. Max e Arthur viviam a maior aventura de suas vidas, e mesmo com esforço que tinham de realizar, estavam maravilhados com aquele mundo diferente, estavam num vale paradisíaco com a missão de libertar o maior Mago de todos os tempos, para os meninos era uma experiência que pensavam existir apenas nos livros de literatura. Fada Melissa e Tim-tim já estavam acostumados com grandes aventuras, e não cansavam nunca.
Durante todo o dia anterior mais a metade daquela manhã caminhando haviam deixado para trás vários quilômetros. No momento atravessavam um pequeno bosque formado por árvores tropicais, seguiam todos conversando, quando Max pôs o pé sobre nada. Para sua surpresa o caminho havia terminado sob Seus pés, e ele quase caiu. Logo o susto tornou-se exclamação com a imagem que formou-se a sua frente. Era a coisa mais bela que já havia visto, enfim haviam chegado ao El Dourado
Havia um grande círculo que deveria ter uns dois quilômetros de diâmetro. El Dourado estava encravado dentro deste círculo, sob os pés de Max e Arthur.
A cidade era linda, toda construída em ouro. Todos ficaram encantados olhando para baixo, e admirando a cidade construída em ouro.
Passada a admiração, eles tentavam achar um meio de entrarem na cidade. Ela estava construída dentro da terra, no grande círculo, talvez com uns cem metros para dentro das entranhas terrestres. Max chegou cogitar realizar um mágica, porém Fada Melissa desaconselhou-o, já que não era possível tal realização, em El Dourado era proibido o uso de magia, contou-lhe a fada. Além disto Ela também informou aos meninos que teriam que seguir sozinhos, pois também era proibida a entrada de seres mágicos na cidade do ouro, podendo fazer com que eles sucumbissem a ambição e ao poder.
-Mas como encontraremos Bhem, dentro da cidade? Indagou Max, dirigindo sua questão à Fada Melissa.
-Procurem pela torre mais alta, sua prisão é nas masmorras. Disse a Fada.
Bhem foi trancado por Mahl nas masmorras de El Dourado por sua vingança. Como a cidade foi o símbolo da ambição e do poder, preso ali Bhem não poderia usar Seus poderes, e deste modo depois de dez mil anos a magia que dividiu os dois mundos estaria fraca, permitindo então que Mahl dominasse e escravizasse os seres humanos, o tipo de vida mais frágil de todo o universo.
O trigésimo guardião até que tentou libertar o Mago, porém fez isso depois de adulto, e foi corrompido pela cidade, que transformou-o em estátua de ouro. Depois dele ninguém mais tentou, pois apenas um guardião ainda criança poderia resgatar Bhem, pois crianças são incorruptíveis, suas almas são puras. E como consta na profecia, apenas dez mil anos depois Bhem seria resgatado por um guardião, por uma criança, e Max estava ali procurando uma maneira de entrar na cidade.
-ACHEI! Gritou Elvis.
-O quê? Indagou-lhe o jovem Max
-A entrada.
-Aonde?
O Elfo puxou um cipó de cor estranha, e um grande barulho de engrenagens foi ouvido no meio do bosque. Para surpresa de Max e Arthur, um escada toda de ouro surgiu, e foi descendo, descendo...abrindo Seu caminho para a cidade de ouro.







CAPÍTULO XII
Mahl Prepara a Invasão

Faltavam ainda cinco dias para que os meninos conseguissem libertar Bhem, e este renovasse sua magia para manter a divisão entre a Terra Real e a Terra da Fantasia. Mahl do alto das Montanhas Negras estava furioso com a incompetência de seus servos que não conseguiram barrar o caminho de Max e Arthur.
Pelo Oráculo acompanhou a vitória dos meninos sobre o Cavaleiro Sem Cabeça, e a sua fuga do grupo de Sasquatch’s nas Montanhas de Gelo.
Porém o Bruxo Negro estava convicto de sua vitória. Como faltavam apenas cinco dias para se completarem os dez mil anos, e a magia que dividia os dois mundos estava cada hora mais fraca, foram surgindo portais paralelos ao resguardado por Seu Guido. O Bruxo aproveitou esta fragilidade entre os dois mundos para começar a pôr em prática Seus malignos planos para a dominação da Terra Real. Seu exército de Troll’s aguardava a abertura do grande portal para o ataque, fileiras com mais de um milhão de monstros estavam preparados para a invasão. Além disto Mahl aproveitou a abertura dos pequenos portais paralelos para enviar alguns de seus monstros para a Terra Real.
Por todo o mundo começou a surgir relatos de fatos sobrenaturais. As televisões do mundo inteiro noticiavam ataques de monstros. A América do Norte estava sendo atacada por vampiros, procuravam vítimas principalmente em grandes centros transformando a população em zumbis. Houve relatos de tropas americanas inteiras sendo infectadas. Na América do Sul apareceram espíritos de índios maus, guerreiros negros expulsos do paraíso e de seus povos, no Brasil o Chupa-Cabras atacou vilarejos rurais, no Norte relatos de Botos levando para o fundo dos rios as jovens donzelas, no Sul gaúchos corriam do Boitáta, no Centro-oeste, em Varginha um servo de Mahl foi confundido com alienigêna. Na Europa também ouviu-se vários relatos de ataques de monstros, na Grécia, Hidra, um monstro com nove cabeças e um cuspe peçonhento renasceu. Em algumas florestas européias também ouviu-se relatos de ataques de Anões do mal a lenhadores. No Egito, um pequena cidade foi atacada e dizimada por uma centena de Grifos. Porém o único caso confirmado, e o mais surpreendente foi na Escócia, repórteres da televisão local flagraram o exato momento que se confirmou a existência do Monstro do Lago Ness. Um enorme Réptil surgiu das águas e tomou direção da cidade causando pânico em todo o mundo.
Em frente ao Oráculo, Mahl divertia-se com o medo da humanidade sendo atacada por seres a quem todos acreditavam existir apenas nas lendas. A histeria passava a tomar conta da humanidade.
O bruxo dava muitas gargalhadas com o que via, até o momento em que o Oráculo levou-lhe a visão de Max e Arthur, os garotos estavam nas ruas do El Dourado, próximos de cumprirem sua missão de libertarem Bhem, mesmo irritado com a chegada dos meninos à cidade de ouro, Mahl não preocupou-se muito, afinal de todos os cantos da Terra da Fantasia, era ali onde mais havia identificação com o Bruxo maligno , El Dourado era o símbolo da ambição e do poder, os meios que levam a maldade.




CAPÍTULO XIII
Bhem: Enfim Liberdade

Max e Arthur estavam no centro da cidade de ouro. Ao mesmo tempo que era linda, a cidade enchia-se de um vazio inigualável. Não havia vida, não havia calor, apenas a frieza do metal, da ambição e do poder. Todas as casas, da fundação ao telhado eram de ouro. As ruas, as calçadas, não existia um único centímetro que não fosse coberto de ouro. Inclusive as pessoas eram de ouro, ficavam imóveis, petrificadas pelo ouro que as cobriu.
No centro da cidade tinha uma pequena praça, com bancos, árvores, brinquedos, todos em ouro puro. Max e Arthur sentaram-se na beira do chafariz que tinha ali, ao invés de água, dele jorrava ouro líquido , ouro era a única coisa que existia ali, exceto Max e Arthur.
Os dois olhavam para procurar a torre onde provavelmente estaria Bhem. Não demorou muito para que Max encontrasse, estava na parte alta da cidade, onde havia um Castelo, com apenas uma torre no centro. Max tinha certeza que era naquele local que Bhem havia sido aprisionado.
Max e Arthur, levantaram-se para seguir adiante, para chegar no Castelo tinham que subir por uma ruela, destas que encontramos em cidades históricas, estreitas e convidativa a tocaias. Os dois saíam da Praça quando perceberam alguma coisa estranha. Desde que chegaram a El Dourado sequer ouviram um barulho que não fosse Seus próprios passos, ou o som de suas vozes. Porém acabavam de ouvir passos atrás deles. Lentamente Max virou-se para trás e:
-OPS!!!!
-Max, o quê quer dizer Ops? Indagou Arthur, repetindo o gesto de Max.
Para surpresa dos dois meninos as pessoas de ouro que estavam na praça haviam ganhado vida, sabe-se lá como, e agora formavam um grupo que não parecia nada amistoso. Empunhavam Bastões de ouro, e espadas forjadas no metal nobre, do cabo a lâmina. Max e Arthur não esperaram para certificarem-se das intenções dos seres de ouro, e deram pernas pra que te quero rua acima. No que começaram a correr, o bando de ouro também pôs-se em perseguição. Porém os garotos eram mais rápidos e mais ágeis, pois Seus perseguidores eram pesados, e não tinham velocidade para alcança-los. Em contrapartida a cidade estava cheia destas criaturas, que do nada saltavam atacando os meninos que mantinham o pique.
Eles já haviam se distanciado, e estavam quase perto do Castelo quando de um telhado saltou um ser de ouro, ele se pôs a frente da Max e Arthur, mas os dois safaram-se indo um para cada lado da rua, confundindo o inimigo. Enfim haviam chegado ao Castelo, que parecia maior do que acreditavam ser.
Tinha uma grande escadaria que conduzia a uma porta gigantesca. Perto da porta existia duas estátuas gigantes, pareciam monstros, com corpo de gente, cabeça de pássaro e garras de leão. Porém Max e Arthur não prestaram muita atenção, e correram em direção a porta, pois Seus perseguidores estavam chegando mais perto. Porém os dois estavam cansados, e sua velocidade havia diminuído, e os inimigos pareciam estar cada vez mais perto, quando passavam pelas duas estátuas, o grupo havia os alcançado.
-Atrás de você Max! Gritou Arthur, para alertar Max que havia virado-se para olhar para Seus perseguidores. As duas estátuas gigantes também haviam ganhado vida. Um empunhava uma espada, e outra um martelo gigante, que arremessaram em Max e Arthur. Os dois em um golpe de agilidade, deram um salto, e viraram uma cambalhota, fazendo que as armas das estátuas de ouro passassem de raspão pelos meninos. Como não atingiram o alvo principal, as armas acertaram os perseguidores de Max e Arthur, a espada cortou a metade deles, e o martelo amassou a outra metade, deixando-os fora de combate.
Max e Arthur aproveitaram a situação e entraram dentro do Castelo. Ele tinha paredes enormes, todas construídas com tijolos de ouro. No saguão de entrada haviam guardas em ouro, entraram em uma sala que acreditavam ser a do Rei. Sentado em um trono de ouro, estava Midas, o Rei do Toque de Ouro, e seus suditos. Não quiseram ficar muito tempo ali, e arriscar que eles também ganhassem vida. Voltaram ao saguão, e foram até o pátio, onde ao centro estava a torre. A porta estava aberta, e os dois entraram, e viram a escadaria, também toda em ouro. Puseram-se a subi-la. Depois de três mil e seiscentos degraus, os dois chegaram ao cume da torre. Havia apenas uma grande sala, dividida por uma grade. Dentro dela a estátua de um velho senhor. Era Bhem, o velho mago.
-E Agora Max, o quê iremos fazer?
-Abrir a porta, é claro!
-Mas como?
-Me passe a chave que o vô te deu.
Enquanto Arthur pegava a chave na mochila, de repente surge a imagem de Seu Guido, dentro da sala como se fosse aqueles efeitos especiais do “Starwars”.
-Não faça isto meu neto, é Arthur que deve abrir a cela. Disse Seu Guido, em sua transmissão.
-Vô, é o senhor?
-Sim, sou eu Max.
-Mas vô, eu sou o guardião.
-Por isso mesmo. Um ser mágico não pode libertar Bhem. Esta Missão deve ser realizada por um humano, e o mesmo tem que ser puro de coração.
Arthur ficou surpreso com a revelação de Seu Guido. Não titubeou, e abriu logo a cela para ver o que aconteceria. Para surpresa dos meninos, o ouro que cobria Bhem foi se esvaindo magicamente, até sumir por completo.
-Olá meninos! Disse o velho mago, Agora em liberdade.









CAPÍTULO IX
Vitória, e esperança

Tão logo o ouro que cobria Bhem dissipou-se, El Dourado começou a tremer. Um grande estrondo pode ser ouvido em toda a Terra da Fantasia, que chacoalhava aturdida pelos terremotos.
-Meninos, temos que sair deste lugar. Disse Bhem, recomposto depois de dez mil anos de prisão.
O três começaram a descer pela torre, que balançava cada vez mais, e não demoraria muito a tombar. Bhem, não podia realizar mágicas naquele local, e por isso deviam sair correndo. Max e Arthur estavam apavorados, durante todos aqueles dias em que estavam na Terra da Fantasia ainda não haviam passado por tamanho perigo. A cidade de ouro estava ruindo sob Seus pés, El Dourado por dez mil anos esteve ali, agora começava a desmoronar, era como se Max e Arthur tivessem abolindo para sempre a ambição e o poder da Terra da Fantasia.
Eles desceram da torre, e chegaram no pátio central do Castelo. Olharam para trás, e viram que a torre caía sobre eles, saíram em batida para rua do Castelo. A queda da Torre destruiu o saguão do Castelo, e tudo que era repleto de ouro, começava a esvair-se e tomar sua verdadeira forma, ficando aparente os velhos tijolos, e a madeira completamente podre de que era feito o Castelo. Corria pela rua de acessos, e tudo desmoronava a suas costas, algumas estátuas de ouro ainda lhes perseguiam, porém fragilizadas e se decompondo, transformando El Dourado em um amontoado de ossos velhos. Max e Arthur seguiam Bhem que conhecia melhor a Terra da Fantasia. Eles correram até as escadarias que ligavam o Bosque a El Dourado, elas estavam desmoronando como tudo naquele lugar, os três subiram-na aos trancos e barrancos. Arthur o mais atrapalhado de todos, quase caiu no abismo que se formava sob eles. Um grande buraco negro no centro do Bosque surgiu, e a cidade de ouro sumiu nas entranhas da Terra da Fantasia.
-Pronto, a ambição rui nestas terras. Disse Bhem
-Bhem, e agora? Perguntou Max.
-Bom trabalho garotos! Vocês conseguiram o que muitos tentaram, e fracassaram.
Escapar da Cidade de El Dourado foi um grande feito daqueles jovens meninos, que viviam a história mais fantástica de suas vidas. Max e Arthur tinham um brilho no olhar que denunciava a satisfação de terem cumprido a missão que Seu Guido lhes deu. Haviam salvo Bhem, lhe libertado da prisão em que vivera nos últimos dez mil anos. Imaginavam terem cumprido sua missão, foram até a Terra da Fantasia para salvar Bhem, e libertá-lo de sua prisão, agora restava ao mago salvar a Terra Real, e a Terra da Fantasia.
Os três caminhavam rumo a saída do Bosque, e Bhem contava para Max e Arthur sobre a importância de terem libertado-o. Os meninos não sabiam das maldades protagonizadas por Mahl. Nem mesmo sabiam que Seus monstros atacavam a Terra Real. Muito menos que havia um exército de Trolls pronto para invadir e dominar os Seres Humanos. Bhem explicou que eles teriam de voltar pelo caminho feito pelos garotos, e isto levaria mais cinco dias, o ultimo para que Bhem pudesse manter sua magia que dividia os dois mundos. Não poderiam utilizar de magia para chegar mais rápido, pois Bhem tinha apenas cinco dias para recobrar suas forças, e destruir as intenções de Mahl, e teria que estar com toda suas forças, por isto teriam que seguir pelos meios normais: caminhando. Os três sabiam que ainda teriam muito a enfrentar, Bhem conhecia Mahl, e sabia que ele não desistiria de Seus planos de dominação dos Seres Humanos. E assim seguiram seu caminho, rumo ao encontro de Seus companheiros que lhes esperavam na saída do Bosque. Fada Melissa, Elvis e Tim-tim aguardavam ansiosos pelo regresso de Max e Arthur. E Bhem é claro. Os três sabiam qua ainda havia muito a ser feito, e que ainda topariam com perigos, mas afinal tinham de estar alegres, com a alma aliviada, a grande, e primeira batalha havia sido ganha pelos dois garotos, a liberdade de Bhem já irradiava pela Terra da Fantasia, trazendo luz e esperança, tanto para os seres mágicos, quanto para os seres humanos.
Porém Seu inimigo acompanhava todos os passos dos jovens aventureiros, agora com Seu mais novo amigo: Bhem.
Mahl, não queria perder a guerra, e apesar de ter perdido a batalha, estava muito perto de invadir a Terra Real, e dominar os seres humanos, para assim controlar os dois mundos. Ele tinha que atrasar o retornos dos aventureiros, a qualquer custo, e ele tinha poder para isto, a cada dia que se passava mais forte as montanhas negras ficavam, as trevas e a luz começavam a travar a maior batalha de todos os tempos, e toda a vida nestes dois mundos corria riscos, a guerra havia sido declarada.