quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

ALVORECER DE SANGUE

Alvorecer. O sol nasce vermelho como o sangue. Para os mais antigos, prenúncio de uma grande tragédia. Dentro da pequena casa de dois cômodos, num quarto dormem as crianças. Sonham tranquilamente. Um, vê nítida a imagem da bicicleta que sonha ganhar no natal. O outro sonha com a última pelada de futebol, e o gol feito no campinho de terra.

Enquanto isso no quarto ao lado a mulher se entrega a uma luxúria vespertina. O sono profundo das crianças não permite que elas ouçam os gemidos vindos do lado. Há muito, que a jovem senhora, não sentia-se completa no ato sexual. Buscava naquele momento saciar todos os seus desejos, que por muito estavam escondidos. Tinha tempo para isso, pois eram férias, e nenhum dos filhos acordaria antes das dez.

Entregue a orgasmos e prazeres ela não ouviu a maçaneta da frágil porta se abrir. Nem mesmo o barulho do latão se movimentando tirou sua atenção do homem que a preenchia por inteiro. Por isso não teve tempo para reagir quando seu esposo golpeou-a no pescoço fazendo o sangue jogar na parede cinzenta de cimento puro. O amante ainda tentou escapar, mas teve o coração perfurado ali mesmo sobre a cama que manchara com seu prazer. A fúria traz agilidade, e em poucos segundos o marido traído Havaí feito o crime.

Alberto era o nome dele. Não era uma pessoa ruim. Nunca foi de confusão. Mas em minutos transformou-se num assassino. Este peso ele não poderia carregar. Cortou os dois pulsos e foi até sua poltrona aguardar a morte, que não demorou a vir. No quarto as crianças continuavam a dormir com seus sonhos infantis.

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