terça-feira, 14 de julho de 2009

A torre da morte.

Agnelos Tirty estava prestes a testar seu mais novo armamento. Algo tão poderoso, que o Rei Adamastor dar-lhe-ia muitas moedas de diamante. Afinal as terras do sul eram afortunadas, e o seu invento lhe forneceria uma defesa quase que inviolável, e um ataque feroz e mortal.

Juntou mil homens naquele domingo de primavera, onde o perfume dos jasmins logo seria sobreposto pelo odor fúnebre dos homens do norte. Tempos difíceis eram aqueles, desde a morte de Eugênio Sexto, rei de toda a terra que se conhecia, de uma extremo ao outro, onde o horizonte se difundia com as águas salgadas que cercavam o único continente.

Dez longínquos anos, Agnelos levou para construir tal arma. Para sua inauguração, até mesmo o Rei seguira por semanas de viagem até o estado ao extremo leste, para averiguar os motivos de tamanha alegria em seu súdito.

Ao chegar o homem de rosto austero, delineado por traços másculos não podia crer ao que seus olhos observavam. Uma fortaleza fora erguida. Pedras, barro, e cerâmica elevavam tamanha espiga aos céus de seu reino. Não menos que duzentos metros de altura, e mais uns cem de diâmetro faziam do imponente monumento, algo que o grande líder não podia compreender.

Mas Agnelos sabia não ser de bom tom contrariar seu Rei, e justamente por este motivo tinha convicção em sua criação. Vestido em traje nunca visto, ornado por um metal desconhecido, e duas pulseiras magnéticas, o velho alquimista usou de seus conhecimentos naturais e sobrenaturais para construir a torre da morte.

Trovões e nuvens negras cobriam a torre habitada pelos mil guerreiros devidamente armados. O Rei atônito não podia crer em sua visão. Tamanho monumento fazia tremer a terra, e rachar o solo, para tão logo planar, como uma pluma flutua ao sabor do vento.

Sob o comando de Agnelos, que sobre um mapa entalhado na placa metálica, direcionava o caminho a ser realizado pela torre. Milhares de milhas e duas semanas depois, a torre voava sobre uma das fortalezas do Reinado do Norte, onde soldados exalavam medo, diante de monstruosa e misteriosa arma.

Adamastor, o Rei que governava o Sul, assistia a tudo pela visão de um aprendiz de bruxo que emitia as imagens colhidas para uma esfera. “Ataquem”. Sob a ordem imediata do Rei, pela boca do aprendiz, o mando do Rei foi ouvido, e logo posto em prática.

De dentro das muralhas da torre, seus soldados, protegidos pela espessa barreira faziam zunir seus arcos e suas bestas. Longe do alcance de seus inimigos nenhuma baixa foi sentida, e ao ponto que nenhum homem do norte em seu quartel general respirava o Rei Adamastor deleitava-se com a vitória, e pagava em muitas moedas de diamantes Agnelos.

- Se Vossa majestade desejar; posso construir mais uma destas. Dizia o mestre das armas rindo bestialmente. Fascinando pelo sangue, e pelo som das moedas que tilintavam em sua bolsa de couro de mamute.

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