quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Baratas Assassinas

O banheiro da casa de Bianca era espaçoso. Tinha quase dez metros quadrados, e era o lugar preferido da jovem para deleitar-se nua na banheira, um luxo que custara a seu pobre pai cerca de quatro meses de salário. Envolvida na suavidade da espuma tocando seu corpo tenro e rijo, ela não percebia a passagem do tempo, até cair nas profundezas do sono...

Ela pensava estar sonhando. Auquela gélida água lhe tocar, e o som dos motores sendo interrompidos pela queda de energia. A luz apagada revelando o lado sombrio do ambiente, pois nenhuma luminosidade penetrava no pequeno ambiente, já que a noite avançava no lado de fora...

No entanto para Bianca, apenas um sonho regado a música pop que tocava em seu Ipod. Havia sido um dia difícil de provas na faculdade, e atirada ao descanso merecido, as sutis patas que tilitavam ao tocar o piso cerâmico não foram percebidas... Mas eram centenas, milhares...

O chão branco, de uma higiene impecavél era tomada pelos insetos vorazes que emergiam dos ralos putridos do esgoto da metrópole. Baratas, gigantes, por sinal em comparação ao seu tamanho habitual. No entanto, para o azar da jovem distraída era a fome irracional que se abatia sobre asquerosos seres vivos, que formavam pilhas uma sobre as outras para avançar verticalmente pela banheira.

Algumas morreram afogadas em sacríficios pelo bando, que logo alcançou a saborosa e tenra carne de Bianca. Seus dentes minúsculos, se constituía em feroz e atroz navalha, rasgando a pureza e a vida de Bianca, que em vão tentou gritar por socorro, mas logo foi calada, e suas cordas vocais rasgadas pelos monstruosos animais.

Quando sua Mãe Lucia adentrou no banheiro após seu pai arrombar a porta com chutes, a jovem havia desaperecido, e nem mesmos de seus ossos havia restado vestígios. A baratas haviam roído cada célula daquela moça. A banheira estava vazia, sem Bianca, e apenas com uma ou duas gotas de sangue...

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